A atmosfera e a energia são sensacionais
A alegria não é só brasileira. O argentino Santiago Grippo atesta isso e de maneira feliz, contente, encantado com a vida e com essa experiência no Cobras, franquia brasileira que disputará a Superliga Americana de Rugby, a partir de 16 de março.
O ex-terceira linha do Urú Curé, agora hooker, com um mundial juvenil que ausentou-se por uma lesão dias antes de viajar, campeão do nacional de clubes da Argentina em 2018 e do torneio da União Cordobesa em 2019, está no Brasil pronto para viver a sua primeira experiência como profissional.
“Desde que saímos do avião estamos muito felizes por estar aqui. Somos privilegiados”, diz Santiago, que divide um time com a maioria dos jogadores sendo brasileiros - quase todos da seleção nacional, os “Tupis”, e três outros jogadores que vieram da Argentina para treinar em São Paulo para a Superliga Americana de Rugby.
“O ambiente é sensacional. A energia com que trabalhamos tem todos muito focados em suas ações diárias e também em desfrutar destes momentos únicos e especiais em uma pré-temporada, com a cabeça concentrada em melhorar em todos os aspectos, diariamente, em um ótimo ambiente”.
Seus companheiros são jogadores com ampla experiência internacional no XV e no Sevens, que jogam juntos há muito tempo. “Fomos incorporados imediatamente ao grupo e eles são excelentes pessoas. O clima que se vive aqui no Cobras é como o de um clube na Argentina, a mesma camaradagem. Quando você treina, é super intenso, mas quando você termina de treinar, é espetacular como você vive”, explica ele.
“Queria ter uma experiência diferente, sair da minha zona de conforto, abrir a cabeça. No meu clube me sentia muito confortável e queria ter a oportunidade de viver outro Rugby, outra cultura, outros costumes, outra vida, outros companheiros de equipe, outros treinadores…outro Rugby.”
“Quando surgiu a possibilidade da SLAR e de estar com o Emiliano (Bergamaschi, treinador do Cobras) com quem já tinha treinado quando mais jovem como Pumita, não hesitei um segundo, fiz as malas e vim," diz Santiago, que apesar da distância e do momento presente como rugbier profissional, continua estudando.
“Ainda restam duas disciplinas para me formar em Administração e aqui, quando a gente não treina, estudo muito para poder atuar. Todos os argentinos que estão aqui estão na mesma, nós quatro fazemos o mesmo, treinamos e quando não, estudamos”, conta.
“O Brasil está no ponto certo. Ele está pronto para dar um grande passo em nível nacional que se espera de ser um rugby emergente para ser um protagonista.”
"Com o número de habitantes que eles têm e o tamanho dos jogadores que você vê, assim que eles tiverem mais jogadores, eles podem dar um salto qualitativo enorme.”
Por exemplo, ele contou o que aconteceu recentemente. “Estávamos indo para o treino de carro, o motorista perguntou que esporte nós praticávamos - quando falamos que era 'rugby', ele sequer sabia que era praticado no Brasil. Aí está a chave: quando se souber mais, se difundir e houver mais meninos e meninas nos clubes, eles serão uma seleção muito forte dentro de um futuro não muito distante.”
Esta semana, o Cobras fará seu primeiro amistoso quando os 40 jogadores que estão treinando para a SLAR se enfrentarem. "Vai ser difícil jogar um jogo inteiro depois de tanto tempo, mas a competição que está chegando também vai ser dura, queremos chegar em ótimas condições e é assim que vamos chegar."