Cobras Brasil XV 01 de Marzo, 2021

Moisés Duque: a SLAR é uma grande oportunidade

Para o histórico Tupi, a Superliga Americana de Rugby é a ponta de uma pirâmide que o Brasil precisa.

Moisés Duque é um dos grandes ídolos do rugby do Brasil. Incontestável. Começou no esporte aos 9 anos. Hoje, perto de 60 caps com a seleção e com quase metade da sua vida (ele tem 32 anos) a vestir a camisa dos Tupis, Moisés é de uma geração que encara a modalidade como uma saída profissional. 

Ele viveu os tempos de poucos recursos nas seleções nacionais, passou por todo o processo de transformação da modalidade no Brasil para uma nova realidade, em outra perspectiva. Para Moisés, o Rugby é um estilo de vida e o profissionalismo conduz a maiores desafios, o que significa ainda mais responsabilidade. Sem ídolos ou referências, é com maturidade e tranquilidade que afirma não ter o costume de olhar para trás e rever sua trajetória: “Busco viver cada dia por vez e tento aproveitá-lo, quer seja dentro ou fora de campo. E passamos mais tempo da vida fora do que dentro dele”.

Para o histórico Tupi, viver o presente ajuda na constância, fundamental para a vida de qualquer pessoa. No entanto, complementa: “se você está confortável, há algo errado”. Nesse sentido, para ele a Superliga Americana de Rugby (SLAR) é um grande desafio que o tira deste conforto. Segundo Moisés, a SLAR é a ponta da pirâmide que o Brasil precisava, mostra um caminho que o profissionalismo oferece para se chegar a um nível mais alto. “A SLAR vem em momento oportuno e ajuda a construir uma cadeia para baixo em termos de estrutura, a fim de gerar volume de atletas para o Cobras”.

Sobre a preparação para a SLAR, Moisés ressalta que os últimos dois meses têm sido muito intensos de treinamento e o verão da capital paulista interfere em muito na preparação. Para o joseense, a energia do grupo é excelente e estão todos motivados, dentro de um elenco bastante numeroso (aproximadamente 45 atletas), técnica e fisicamente homogêneo. Segundo ele, Emiliano Bergamaschi trouxe bastante clareza e dinamismo para os treinos, além de uma visão de jogo bem elaborada. Ao mesmo tempo, o Cobras vem adquirindo uma identidade brasileira de jogo, que para Moisés é a mescla de trabalho coletivo e habilidades individuais, com uma linha forte, veloz, criativa e perigosa.

Com tudo isso e com vistas para alcançar a Copa do Mundo de 2023 e colocar o Brasil no Tier-1 do Rugby mundial, Moisés concentra as suas energias na SLAR. O torneio proporcionará jogos de alto nível muitas vezes dentro de uma temporada, fundamental para atingir os objetivos esperados. Moisés está otimista e acredita no rugby do Brasil, no seu legado em ser parte deste processo e em ser possível - em um breve futuro - ver a modalidade no Brasil cada vez mais profissional e em um lugar mais alto do que está hoje.

Crédito:

João Neto
FotoJump/Brasil Rugby